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domingo, 17 de junho de 2012

CONVOQUEM O CASCÃO

Estive fora do Brasil. Em matéria de corrupção, foi um período sabático. Ao longo de três semanas, percorri duas dezenas de cidades francesas, coincidentemente na reta final da campanha para as eleições parlamentares. Eleição distrital pura. Em cada distrito pelo qual passei, nunca mais do que meia dúzia de participantes em disputa. Pequenos cartazes, de idêntico tamanho, um para cada candidato e um ao lado do outro, fixados em espaços públicos predeterminados, compuseram toda a campanha de rua que pude perceber por onde andei. O resto foram debates na tevê, em horário noturno. Campanha baratíssima, portanto.
Bastou-me voltar ontem ao Brasil para me deparar com um novo absurdo proporcionado pela CPMI criada para esclarecer os escândalos em que está envolvido o senhor Carlinhos Cachoeira. A base governista da comissão decidiu não convocar o ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot. E fez o mesmo em relação ao ex-proprietário da Delta Construções, Fernando Cavendish. Como se vê, a CPMI começa a se tornar uma infâmia maior do que o escândalo sob sua investigação.
Entendamos bem o conteúdo da decisão. E baixemos logo a tampa para evitar os maus odores. A CPMI, cujo pivô recebe assistência jurídica do ex-ministro da Justiça do governo Lula, o Dr. Márcio Thomaz Bastos, vem convocando depoentes que entram mudos e saem calados. Muitos parecem aprendizes do estadista de Garanhuns. Nada sabem, nada viram e não estavam por perto quando aconteceu. O próprio advogado do Carlinhos Cachoeira será intimado pelo Ministério Público a esclarecer como recebe honorários calculados em R$ 15 milhões de uma pessoa que, fora do mundo do crime, não tem renda para contratar um estagiário. É legítimo receber valores nesse montante, oriundos de atividade ilegal ou criminosa? Dinheiro sujo, ao entrar na contabilidade do escritório de um advogado, se torna dinheiro limpo? As operações que realizam esse fim não são denominadas de "lavagem de dinheiro"? O escritório do ex-ministro da Justiça considera a indagação um abuso e um retrocesso nas garantias constitucionais. E nada mais diz.
Pois bem, o ex-diretor do Dnit se ofereceu para depor! Avisa que tem muito para contar. Diante desse oferecimento, que faz a base do governo numa CPMI em flagrantes dificuldades para ouvir depoentes que deponham? Se recusa a convocá-lo. "Esse cara vem aqui para falar? De jeito nenhum! Só queremos convocar quem nada tenha a dizer. Aqui ninguém fala!". "Então convoca o Cavendish!", deve ter ponderado a oposição. Também não. Sem essa de ouvir o ex-dono da principal contratante do PAC, que se teria vangloriado de comprar quem quisesse no país.
Sabem quem, a maioria dos membros da CPMI decidiu convocar? A mulher do Carlinhos Cachoeira. Verdade. Parece que na semana que vem chamarão a dona do instituto de beleza que ela frequenta. Depois o veterinário da pet shop onde o totó da família é levado para rotinas de banho, pelo e bigode. E, mais adiante a Mônica, o Cebolinha e o Cascão, aquele sujo. Nada como algo assim para a gente se sentir, de novo, pisando solo pátrio.

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