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Bem vindo! Este blog tem por fim compartilhar notícias que, talvez, podem ser interessantes aos leitores. Sem tomar partido algum, a intenção aqui é meramente repassar informes sobre assuntos diversos veiculados na mídia, dentro do princípio de auxiliar com oportunidade. Cabe a cada qual, no uso do bom juízo e senso crítico, investigar a fonte e a veracidade das postagens. Os artigos aqui postados foram compilados da "internet" e não refletem necessariamente as ideias ou opiniões deste blogueiro. "Examinai tudo. Retende o bem (Ts 5:21)."



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A CELEUMA DO CHQAO CONTINUA





O Quadro Auxiliar de Oficiais foi criado pelo Decreto Presidencial nº 84.333, de 20 de dezembro de 1979, e seus integrantes destinados a ocupar cargos e exercer funções de natureza complementar, de acordo com o Art 1º do referido decreto. Outrora o Quadro de Oficiais era denominado de Quadro de Oficiais de Administração (QOA) e seus oficiais atingiam o posto de Major na ativa. Atualmente, o Quadro Auxiliar de Oficiais é formado por militares oriundos da Escola de Sargentos das Armas (EsSA) que progrediram na carreira, ascendendo ao oficialato por merecimento, e que podem atingir o posto de capitão na ativa.

Os requisitos para o recrutamento, seleção, matrícula e funcionamento do Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais (CHQAO) ficou para ser fixado pelo comando do Exército, de acordo com o Art 25, do Decreto Presidencial nº 90.116, de 29 de agosto de 1984bem como estabelecer a data de entrada em vigor da exigência do indigitado curso.

O marco regulatório do CHQAO deu-se pela Portaria Ministerial nº 171, de 27 de fevereiro de 1984. No mesmo período, segundo o site da Escola de Instrução Especializadaforam baixadas as Portarias nº 62 – EME, de 17 de agosto de 1984, e nº 42 – EME, de 12 de julho de 1985, traçando diretrizes a respeito do curso e do local para sua execução, que acabou não se concretizando à época prevista. Em 2009, o Estado-Maior do Exército iniciou estudos para a ativação do curso e, ouvido o Departamento de Educação e Cultura do Exército, decidiu-se por implementar o curso a partir de 2012. Assim, foi emitida a Portaria Nr 096 – EME, de 23 de julho de 2010, normatizando o CHQAO. O aprofundamento no estudo das implicações no plano de carreira e no fluxo de promoções das praças levou à evolução das diretrizes quanto à estrutura (faseamento), duração e universo para o concurso de admissão, tendo sido emitidas, sucessivamente, as Portarias de Nr 032 – EME, de 29 de abril de 2011, Nr 104, de 29 de agosto de 2011, e Nr 105, de 29 de agosto de 2011, com as determinações finais de normatização do curso e a definição do universo para o concurso de admissão. (grifo nosso)


                               Até aí, tudo bem. Trata-se apenas da exigência de um curso de habilitação para progressão na carreira, o que, pela leitura da legislação supracitada, é perfeitamente compreensível e razoável. Ocorre, porém, que da regulamentação (Art 25, DecPres nº 90.116, 29Ago 84) à normatização do Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais (Port nº 104 e 105 - EME, de 29 Ago 11) decorreu-se 27 (vinte e sete anos), e nesse lapso temporal criou-se para os sargentos de carreira uma grande insegurança profissional e jurídica. Entrementes, durante esse período de expectativa, foi promulgada a Lei nº 9.786, de 8 de fevereiro de 1999regulamentada pelo Decreto nº 3.182, de 23 de setembro de 1999  que dispõe sobre o ensino no Exército Brasileiro, que no seu artigo 6º, reza, verbis:

Art. 6º  O ensino no Exército compreende três graus:

  I - fundamental, destinado a qualificar pessoal para a ocupação de cargos militares e o desempenho de funções próprias de soldados e cabos;
 II - médio ou técnicodestinado à qualificação de pessoal para a ocupação de cargos militares e o desempenho de funções próprias das graduações de sargentos e subtenentes e dos postos dos integrantes do Quadro Auxiliar de Oficiais; e
III - universitário ou superior, destinado à qualificação de pessoal para a ocupação de cargos militares e o desempenho de funções próprias de oficiais e de oficiais-generais”.

E que em seu artigo 9º reza, verbis:

Art. 9º  Para efeito de progressão na carreira militar, as atividades de ensino são grupadas da seguinte forma:
I - 1º Ciclo, cursos de formação e graduação;
II - 2º Ciclo, cursos de aperfeiçoamento;
III - 3º Ciclo, cursos de altos estudos militares; e
IV - 4º Ciclo, curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército.
§ 1º  Os cursos de preparação, especialização, extensão e os estágios, civis ou militares, poderão ocorrer em todos os ciclos tratados neste artigo.
§ 2º  Os cursos de pós-graduação ocorrem nos ciclos citados nos incisos II, III, e IV deste artigo.
§ 3º  As praças e os integrantes do Quadro Auxiliar de Oficiais e do Quadro Complementar de Oficiais progridem na carreira militar até o 2º ciclo.”

Ora, à vista da Lei nº 9.786, de 8 de fevereiro de 1999, do inciso II, do Art 6º, e § 3º, do inciso II, do Art 9º, do Decreto no 3.182, de 23 de setembro de 1999 , supervenientes ao Decreto Presidencial nº 90.116, de 29 de agosto de 1984 e à Portaria Ministerial nº 171, de 27 de fevereiro de 1984, resta claro que o nível de ensino exigido “para a ocupação de cargos militares e o desempenho de funções próprias dos postos dos integrantes do Quadro Auxiliar de Oficiais” é o médio ou técnico (2º grau), e para a ascensão profissional  “as praças e os integrantes do Quadro Auxiliar de Oficiais e do Quadro Complementar de Oficiais progridem na carreira militar até o 2º ciclo”, ou seja, o curso exigido para essa progressão é o curso de aperfeiçoamento (CAS).

Ora, não faz sentido, realizar um curso com dois anos de duração, de titulação superior, para exercer uma atividade de nível médio, sendo este curso de habilitação. O correto seria realizar o curso e promover imediatamente os militares concludentes, como ocorre com os oficiais da AMAN, QCO e Oficial Temporário, deste, com todos as prerrogativas de oficial, sequer se  exige o curso superior.

Senhores, acompanhem comigo:

Quem realiza o curso da AMAN com aproveitamento é declarado aspirante-a-oficial e pouco tempo depois é promovido a 2º tenente, passando a receber a remuneração correspondente; quem realiza o curso do QCO com aproveitamento é nomeado automaticamente a 1º tenente de carreira, passando a receber a remuneração correspondente; quem realiza o curso do CPOR/NPOR com aproveitamento é declarado aspirante-a-oficial (mesmo sem ter concluído o curso superior), depois dos estágios é promovido a 2º tenente , passando a receber a remuneração correspondente.

Ora, senhores, vejam o desapreço do EB com os seus velhos sargentos: pela Portaria Nr 104-EME, de 29 Ago 11, quem realiza o curso do QAO com aproveitamento não é nada, continua na mesma situação, possui apenas a graduação quando da realização do curso, após a conclusão do curso continua marcando passo, mesmo habilitado a nível superior permanece ocupando cargo de nível médio aguardando para talvez ser promovido depois de "trocentos anos de serviço", sendo auxiliar de tenentes sem curso superior, como é o caso de oficial temporário. Isso é um absurdo.

Como os praças não têm representação no círculo dos tomadores de decisão, nem participam de equipes de estudos que definem seus destinos, ficam reféns dos oficiais, totalmente marginalizados, sem ter a quem recorrer, sem ter quem legitimamente os represente e defenda seus interesses. De certa forma são também culpados por suas próprias mazelas e infortúnios por não reagirem a tudo isso, preferindo a paz do comodismo, por covardia, egoísmo ou medo. Como já disse Rudolf Von Ihering, jurista, em seu livro A Luta pelo Direito "a vida e a liberdade, só as merecem aqueles que sem cessar têm de conquistá-las".

Vejam, a propósito, um pequeno trecho de um texto, extraído do livro Militares Pela Cidadania, da lavra de Robson Augusto da Silva, verbis:

"Poderíamos considerar que a oficialidade seja a camada 'superior' enquanto os praças formam a camada 'inferior' da estrutura militar. A categoria composta pelas praças das forças armadas seria uma 'classe em si', pois possui prerrogativas, obrigações, ambientes de sociação, planos de carreira e funções específicas. Contudo, observamos que não é ainda uma 'classe para si', pois permanece em uma situação diferente de grande parte dos grupos menos favorecidos nas estruturas de poder do séc XX, visto que estes, depois de se reconhecer como classe, voltaram-se à desenvolver possibilidades de interagir para compensar as perdas comuns. Condição que resultou em um ambiente de sociação bastante abrangente, que ao longo do tempo levou diversos agrupamentos a conquistar o direito, hoje amplamente amparado pela Constituição Brasileira, de criar associações de classe.(...)

Segundo dados do IBGE, o Brasil possuía, ainda em 2004, mais de 350.000 organizações não governamentais, entre elas estão os sindicatos, associações e cooperativas. Esse número nada desprezível mostra que para cada grupo de aproximadamente 550 brasileiros existe uma organização não governamental.   Embora a nossa sociedade esteja passando por esse momento de amplo associativismo, os membros das Forças Armadas brasileiras têm alguns obstáculos para se beneficiar dessa "onda", um deles é a grande quantidade de regras diferentes das estabelecidas para o restante da sociedade. A associação para obtenção de melhores condições de trabalho nunca fez parte da cultura das praças das forças armadas, e existem regras, explicitas e implícitas, que combatem essa possibilidade. Na Marinha do Brasil, por exemplo, há um velho ditado que diz: "Mais de um é motim". No anexo "I" do Regulamento Disciplinar para o Exército, aprovado pelo Decreto Nº 4.346, de 26/08/2002, consta uma grande relação de proibições acerca de manifestações coletivas . 


Paradoxalmente, a própria Constituição Brasileira de 1988, estabelece que: "XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;"Mesmo sob proibição e vigilância cerrada, ao longo dos anos ocorreram várias manifestações classistas advindas das camadas subalternas das forças armadas, todas visando melhores condições de trabalho. Nenhuma delas, apesar das acusações dos comandos militares, apresenta indícios concretos de que tenha sido motivada por ideais de ordem político-revolucionária, mesmo assim seus protagonistas, e os próprios movimentos, foram banidos da memória militar. A Revolta da Chibata e a Revolta dos Sargentos de Brasília, por exemplo, são encarados até hoje como tabu dentro das instituições militares, não sendo sequer citados nos currículos das escolas de formação de praças. 

Mesmo sendo ampla maioria, as praças não têm nenhuma representação na elaboração das normas, decretos e leis pelos quais é determinado o seu quotidiano. É-lhes negado o direito de participar da elaboração de planos de carreira, escalas de serviço e regras particulares que especificam suas atividades, muitas vezes insalubres. Estas frequentemente são tarefas similares as realizadas por outras instituições  que contam com associações de classe para lhes amparar na conquista e preservação de direitos, ao mesmo tempo que assessoram os administradores no sentido de preservar a integridade física e psicológica dos trabalhadores. 

Na atualidade as normas referentes às atividades profissionais levam em consideração não só a saúde do administrado, mas também toda a sua qualidade de vida, e devem incluir a valorização da pessoa humana e a satisfação profissional e social. Tal perspectiva emana do entendimento de que a qualidade de vida é um princípio fundamental para a organização do ambiente de trabalho, promovendo maior produção, satisfação pessoal e motivação.

Justamente por conta da defasagem de direitos em relação à sociedade civil é que, ao longo dos últimos anos as associações de militares tem se esforçado por modificações na CF/88, lutando para que a sociedade militar seja amparada pela mesma onda de direitos que chega à sociedade em geral, contudo suas diretorias constantemente tem sofrido com perseguições e sanções, sendo constantemente acusadas de indisciplina por supostamente afrontar os regulamentos. Historicamente as manifestações que partem das praças são consideradas ilegais. 'Por outro lado, o alto comando das Forças Armadas, que tem sido sempre muito rigoroso em coibir as manifestações de indisciplina que, eventualmente partem de camadas subalternas da estrutura militar, tem trocado o rigor por condescendência sempre que essas manifestações partem do oficialato' (MOROSINI 1998) . 

Os vários manifestos elaborados pelo clube militar são um exemplo claro disso. Segundo Liseane Morosini (1998): Inúmeros exemplos dão conta de que o Exército e a Aeronáutica não apenas "protegeram" a estrutura hierárquica de comando na repressão a manifestações, como agiram sob formas diferenciadas no tratamento das mesmas. Nas revoltas lideradas por oficiais (...) muitas vezes houve condescendência. Mas, nas promovidas por praças, o argumento de corrosão da estrutura faz com que o combate seja sempre mais ostensivo. Provavelmente por conta da escolaridade da categoria, seu modo simples de falar e a falta de status social, suas manifestações são consideradas como precipitadas, descabidas ou impulsionadas por elementos de fora das forças armadas, subversivos ou agitadores (VASCONCELOS, 2008). Contudo, atualmente uma parcela considerável das praças tem formação superior, fator que poderia então, por essa ótica, validar os movimentos atuais.

Outra questão interessante e bastante discutida se refere à própria Justiça Militar. Em vários artigos jurídicos encontrados na internet se levanta a questão da composição dos conselhos de justiça, pelos quais se decide o destino dos militares acusados de crimes militares (a maioria são praças), estes conselhos contam somente com a oficialidade, sendo negado à outra parcela do contingente o direito de ser julgados também por seus pares . 

Está em andamento desde o fim do sec. XIX um movimento silencioso - quase invisível aos olhos da sociedade civil - mas bastante abrangente, e que se agigantou nos últimos anos do sec. XX. O movimento congrega militares de todas as forças, visando a humanização das relações, melhores condições de trabalho e estabelecimento de limites legais para a dominação de uma classe sobre a outra. Contudo, além de todos os entraves legais que desestimulam a associação, as praças das forças armadas têm ainda que enfrentar o próprio habitus – para usar o termo no sentido em que o sociólogo Pierre Bourdieu o coloca – tendo que vencer o arraigado espírito militar, introjetado por anos de treinamento e convívio na caserna. Hoje a categoria, em vários locais do país, vem lutando por organizar-se e pelo direito de fundar associações que visam principalmente conquistar maior humanização das condições de trabalho e relações hierárquicas dentro da caserna. 

As discussões nesse sentido são cada vez mais comuns, principalmente pela internet, espaço em que diversos militares, praças e oficiais, desafiam a proibição de se manifestar publicamente, discutindo soluções, vitórias, derrotas ou simplesmente expondo as situações vividas no quotidiano dos quartéis."

Senhores, não se sabe exatamente porque os praças das Forças Armadas não se reúnem em associação, de forma ordeira, legal e pacífica, mesmo protegidos e amparados pela Lei Maior do País, que pela qual, diga-se de passagem, juraram imolar-se. Sim, imolar-se pela Constituição Federal, porquanto a Constituição de um país é o que o forma, é o que o constitui, portanto é incoerente não lutar pelo cumprimento de uma lei que representa a própria essência da nação pela qual se jura sacrificar a própria vida. A Constituição não é uma lei como as outras. É a lei fundamental, a mais importante do País, porque estabelece os princípios basilares da Nação.

Senhores, não esqueçamos da razão da existência das nossas Forças Amadas, insculpida no artigo 142 da nossa Constituição Federal, verbis: As Forças Armadas (...) destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. Ora, sabe-se que não há em nenhuma outra profissão um juramento tão contundente quanto o do militar no momento do seu ingresso nas fileiras militares, quando, numa verdadeira promessa de imolação em favor da causa a que serve, dispõe-se a dar a própria vida em defesa dos direitos dos demais cidadãos (direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade – Art 5º, CF). Se não, vejamos o que reza o Regulamento de Continência, Honras Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas, no seu inciso V, do Art 174, verbisIncorporando-me à (cita a Força Armada correspondente) prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado, respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os irmãos de armas, com bondade os subordinados e dedicar-me inteiramente ao serviço da pátria, cuja honra, integridade e instituições defenderei com o sacrifício da própria vida (sic)”.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DETECTOR DE MENTIRAS

         
                             Mentira é o nome dado às afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. Dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade e/ou se acredita que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros. O ato de contar uma mentira é "mentir", e quem mente é considerado um "mentiroso".


Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e é tido como um "pecado" em muitas religiões. As tradições éticas e filósofos estão divididos quanto a se uma mentira é alguma situação permissível – Platão disse sim, enquanto AristótelesSanto Agostinho e Kant disseram não.


MODALIDADE DA MENTIRA

Mentir de uma maneira que piore um conflito em vez de diminuí-lo, ou que se vise tirar proveito deste conflito, é normalmente considerado como algo antiético.



Existem pessoas que afirmam que é com frequência mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa Grande Mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez. Esta frase foi proferida pelo Ministro da Propaganda Alemã Joseph Goebbels no Terceiro Reich.


A mentira torna-se uma sátira com propósitos humorísticos quando deixa explícita pelos excessos na fala e o tom jocoso que de fato é uma mentira. Nestes casos é com frequência tratada como não sendo imoral e é bastante praticada por humoristas, comediantes, escritores e poetas.

ETIQUETA DA MENTIRA


etiqueta é bastante preocupada com as questões da mentira, atribuição da culpa e hipocrisia – coisas que com frequência são menosprezadas na ética mas de grande utilidade na sociedade:


As razões morais para se tolerar mentiras têm a ver em sua maior parte em evitar conflitos. Um código ético irá com frequência especificar quando a verdade é necessária e quando não é. Em tribunais, por exemplo, o processo antagônico e padrão de evidência que é aplicado restringe as perguntas de maneira que a necessidade da testemunha mentir é reduzida – de maneira que a verdade quanto a questão em julgamento supostamente será revelada com mais facilidade.


A necessidade de mentir é reconhecida pelo termo "mentira social" onde a mentira é inofensiva, e há circunstâncias onde existe uma expectativa de se ser menos do que totalmente honesto devido a necessidade ou pragmatismo. As mentiras podem ser divididas em classes – ofensivas ou mal intencionadas, inofensivas e jocosas, do qual apenas a primeira classe é séria (O catolicismo classifica a primeira como pecado mortal mas também condena as outras como veniais).


Há alguns tipos de mentiras que são consideradas aceitáveis, desejáveis, ou mesmo obrigatórias, devido a convenção social. Tipos de mentiras convencionais incluem:

  • uso de eufemismos para evitar a menção explícita de algo desagradável;
  • perguntas insinceras sobre a saúde de uma pessoa pouco conhecida;
  • afirmação de boa saúde em resposta a uma pergunta insincera (os inquiridores com frequência ficam bastante desconcertados por qualquer outra coisa que não a resposta positiva mais breve possível);
  • desculpas para evitar ou encerrar um encontro social indesejado;
  • garantia de que um encontro social é desejado ou foi agradável;
  • dizer a uma pessoa moribunda o que quer que ela queira ouvir;
  • supressão de uma quebra de tabu.


A maioria das pessoas participa de tais mentiras convencionais, e não aplica a desaprovação moral costumeira em relação as mentiras em tais situações. Mentiras convencionais são vistas como uma categoria menor de mentira, semelhante as mentiras sociais. No entanto, uma minoria de pessoas as vê como mentiras maliciosas.

PSICOLOGIA DA MENTIRA


A capacidade dos hominídeos de mentir é percebida cedo e quase universalmente no desenvolvimento humano e estudos de linguagem com pongídeos. Uma famosa mentira do último grupo foi quando Koko, a gorila, confrontada por seus treinadores depois de uma explosão de raiva no qual ela arrancou uma pia de aço do lugar onde ela estava presa, sinalizou na Língua de Sinais Americana, "o gato fez isso, " apontando para seu pequeno gato. Não está claro se isso foi uma piada ou uma tentativa genuína de culpar seu pequeno bicho de estimação.


psicologia evolucionária está preocupada com a teoria da mente que as pessoas empregam para simular a reação de outra a sua história e determinar se uma mentira será verossímil. O marco mais comumente citado na ascensão disso, o que é conhecido como inteligência maquiavélica, ocorre na idade humana de cerca de quatro anos e meio, quando as crianças começam a ser capazes de mentir de maneira convincente. Antes disso, elas parecem ser incapazes de compreender que todo mundo não tem a mesma visão dos eventos que elas têm – e parecem presumir que há apenas um ponto de vista — o seu próprio — que precisa ser integrado a qualquer história.

SOCIOLOGIA E LINGUÍSTICA DA MENTIRA


A mentira e a atribuição de culpa são tão básicas a sociedade que é difícil estudá-las de maneira formal. George Lakoff, na crítica de certas afirmações que George W. Bush fez antes da invasão do Iraque de 2003, observa que:

Elas são mentiras — ou meros exageros, declarações desorientadoras, enganos, excessos retóricos e assim por diante? Os linguistas estudam tais assuntos. A descoberta mais surpreendente é que, para se considerar se uma declaração é uma mentira, a consideração menos importante para a maioria das pessoas é se ela é verdadeira! As considerações mais importantes são: Ele acreditava nisso? Ele tinha intenção de enganar? Ele estava tentando ganhar alguma vantagem ou prejudicar alguém? Essa é uma questão séria ou trivial? É "apenas" uma questão de retórica política? A maioria das pessoas irá conceder que, mesmo que a declaração seja falsa, se ele acreditava nela, não estava tentando enganar, e se não estava tentando ganhar vantagem ou prejudicar ninguém, então não houve mentira. Se foi uma mentira a serviço de uma boa causa, então foi uma mentira social. Se foi baseada em informações falhas, então foi um erro honesto. Se estava lá apenas para ênfase, então foi um exagero."
Essas desculpas figuram entre as defesas da administração. A boa causa: libertar o Iraque. A informação falha: da CIA. A ênfase: o entusiasmo por uma grande causa. Embora haja evidência de que o Presidente e seus conselheiros sabiam que a informação era falsa, eles podem rechaçar o uso da palavra com M. As falsidades foram reveladas e elas, em si mesmas, não importam muito para a maioria das pessoas.


O filósofo Leo Strauss, que teve uma grande influência sobre várias personalidades no Projeto para o Novo Século Americano que dominou a administração durante esse período, estressou a necessidade de mentir a fim de ocultar uma posição estratégica, ou para auxiliar a diplomacia. Da mesma forma personalidades anteriores na filosofia política de Nicolau Maquiavel a "nobre mentira" de Platão.


Parece extremamente improvável que a mentira seja algum dia inteiramente eliminada da política ou da diplomacia, da mesma forma que não é possível removê-la da guerra, e que essas atividades são, em última instâncias, criadas para ajudar a impedir de ocorrer.

MENTIRAS E CONFIANÇA


Uma razão para que a mentira possa persistir como uma estratégia em ambientes sociais é que não é a comparação dos fatos contra alguma noção de verdade, mas em vez disso, a avaliação de se uma traição da confiança aconteceu ou não, que determina a resposta a uma mentira.


No caso da Guerra com o Iraque, por exemplo, o fato de que a mentira agravou um conflito poderia ter representado uma séria quebra da confiança e traição daqueles que iriam sofrer no conflito. No entanto, qualquer um que aceita como verdadeira a afirmativa de que o regime em vigor era uma ameaça "inevitável" a aqueles que pereceram combatendo, ou aqueles cujas vidas estão em risco como consequência da invasão, teria uma probabilidade muito menor de considerar agravar o conflito no momento mais conveniente ser qualquer tipo de traição. A perspectiva do bom senso conservador com frequência se baseia nesse tipo de suposição de certeza. Mas se conflitos que são agravados são escolhidos devido a alguma ideologia, é difícil ver como isso difere da simples lógica de "o poder torna certo".

MENTIRAS DURANTE A INFÂNCIA


As mentiras começam cedo. Crianças pequenas aprendem pela experiência que declarar uma inverdade pode evitar punições por má ações, antes de desenvolverem a teoria da mente necessária para entender porque funciona. De maneira complementar, existem aqueles que acreditam que as crianças mentem por insegurança, e por não compreender a gravidade dos seus atos "escapa[m] da responsabilidade apelando para a mentira".[1] Nesse estágio do desenvolvimento, as crianças as vezes contam mentiras fantásticas e inacreditáveis, parecidas com a mentira de Koko, a gorila discutida anteriormente, porque eles não possuem o sistema de referência conceitual para julgar se uma declaração é verossímil ou mesmo entender o conceito de verossimilhança.


Quando a criança primeiro aprende como a mentira funciona, naturalmente elas não possuem o entendimento moral para evitar fazer isso. É necessário anos observando as pessoas mentirem e o resultado das mentiras para desenvolver um entendimento adequado. A interferência da família também é imprescindível para que a criança compreenda através de bons exemplos a forma correta de agir.


A propensão a mentir varia muito entre as crianças, com algumas fazendo isso de maneira costumeira e outras sendo com frequência honestas. Os hábitos em relação a isso mudam normalmente até o início da idade adulta. Nos casos em que esta mudança não ocorre, a psicologia os definem como adultos no estágio de infância psicológica.


Alguns vêem que as crianças - como um todo - têm maior tendência a mentir do que os adultos. Outros defendem que a quantidade de mentiras permanece o mesmo, mas os adultos mentem sobre coisas diferentes. Com certeza a mentira de adultos costuma ser mais sofisticada, e de consequências maiores do que as contadas por crianças. Boa parte desse julgamento depende se a pessoa conta inverdades diplomáticas, insinceridade social, retórica política e outros comportamentos adultos que são tidos como mentiras.

DETECÇÃO DE MENTIRAS


A questão de se as mentiras podem ser detectadas através de meios não-verbais é assunto de particular controvérsia.


  • Polígrafos são máquinas de detecção de mentiras que medem o estresse fisiológico que um entrevistado sente em várias medidas enquanto dá declarações ou responde perguntas. Afirma-se que picos do estresse indicam comportamento mentiroso. A precisão desse método é amplamente contestada, e em vários casos bem-conhecidos provou-se que ele foi ludibriado. No entanto, ele permanece em uso em muitas áreas.
  • Vários soros da verdade foram propostos e usados durante depoimentos, embora nenhum seja considerado muito confiável. A CIA tentou descobrir um "soro da verdade" no projeto MK-ULTRA, mas foi na maior parte um fiasco.
  • Microexpressões faciais foram mostradas como um método confiável de expor mentiras, de acordo com o Diogenes Project de Paul Ekman e do Psy7Faces de Armindo Freitas-Magalhães. Em outras palavras, um lampejo minúsculo da expressão facial de "perturbação", embora difícil de ser vista para o olho destreinado, pode indicar quando a pessoa está mentindo.


Neurocientistas descobriram que a mentira ativa estruturas do cérebro completamente diferentes durante exames de tomografia por ressonância magnética, o que pode levar a um método mais preciso (embora não prático) de detecção de mentiras. (pt.wikipedia.org)



Especialista em detecção de mentiras, Wanderson Castilho, revela método de detecção de mentiras dedicado ao RH das empresas em matéria para a revista Época:

Por Humberto Maia Junior

Pesquisadores estimam que quatro em dez candidatos mintam de alguma forma no currículo e na entrevista de emprego. De mentiras que pouco afetam o desempenho, como dizer que viajam para o exterior todos os anos, a outras mais graves, como inflar seu grau de domínio de outros idiomas. Há no mercado um programa de computador que promete proteger as empresas contra a lábia dos candidatos fingidos, chamado Face Reading.

O sistema funciona assim: primeiro, o entrevistador faz perguntas básicas, como nome, idade, número de filhos. Uma câmera grava as respostas e manda as imagens para um computador. O objetivo é identificar mínimos detalhes das expressões faciais do sujeito quando ele diz a verdade. Captado o padrão, o entrevistador começa a fezer as perguntas relevantes. Se o entrevistado mudar o padrão facial, pode ser sinal de mentira. “Esse padrão varia de pessoa para pessoa”, diz o empresário Wanderson Castilho. Ele trouxe o sistema dos Estados Unidos, onde foi produzido por uma companhia chamada Noldus.


Para ler a matéria na íntegra:

Época baixa 150x150 Wanderson Castilho revela método de detecção de mentiras dedicado ao RH das empresas em matéria para a revista Época e net security


MENTIRAS NA INTERNET:








AS 7 MAIORES MENTIRAS DA INTERNET:


Confira as maiores farsas que já circularam na rede: 

1 – O turista do World Trade Center



Após os atentados de 11 de setembro, surgiu uma foto de um turista em cima de uma das torres gêmeas com um avião bem próximo da torre, momentos antes dos ataques terroristas. Na verdade, trata-se de uma montagem. O avião que se chocou é um Boeing 767, e o que é mostrado na foto é um 757. Além disso, a foto mostra o avião se aproximando da torre norte, que, no entanto, não tinha ponto de observação para turistas.


2 – Vírus do ursinho 

E-mails circularam dizendo que o aplicativo “jdbgmgr.exe”, que possui um ursinho como ícone, era um vírus e que deveria ser apagado imediatamente do computador. O arquivo em questão não era vírus, mas sim um componente necessário do Windows.


3 – Microsoft Firefox


Uma montagem muito bem elaborada de um site mostrava o novo Microsoft Firefox 2007 Professional. A montagem era tão bem feita que muitos usuários acreditaram.


4 – A cobra do McDonald’s


A estória1 era a seguinte: uma criança, que estava brincando em uma piscina de bolinhas de um restaurante da rede McDonald’s em Goiânia, reclamou várias vezes para a supervisora do brinquedo de que havia tomado choque, porém a funcionária alegou que o brinquedo não tinha nenhum tipo de ligação elétrica. Na terceira vez que a menina reclamou, desmaiou. A criança morreu por envenenamento e após esvaziarem a piscina de bolinhas, acharam um ninho de cobras no local. Tal fato teria, segundo a lenda urbana, provocado o fechamento de quase todos os estabelecimentos da rede na cidade.

Esse boato surgiu nos EUA. A mesma estória se repete inúmeras vezes, com algumas pequenas mudanças. Sites tomaram conhecimento do assunto, investigaram e chegaram à conclusão de que tudo não passava de mais uma farsa.


5 – Coca-cola light + Mentos


Várias pessoas receberam um e-mail relatando o caso de uma pessoa que havia ingerido Coca-cola light com uma pastilha Mentos sabor hortelã e morrido. Segundo o e-mail, a junção desses produtos ocasionava uma explosão. Mais uma mentira. O especialista da USP que é citado no e-mail não existe. A Coca-cola divulgou uma nota afirmando que “(...) ao ingerir uma bebida gasosa, esta entra em contato com a comida e o máximo que pode ocorrer é uma pequena expansão do gás dentro da boca, que se dissipa rapidamente, não ocorrendo nada com intensidade semelhante ao experimento que se observa na internet.”


6 – Leite Longa Vida


A mensagem dizia que o número que fica na parte inferior das embalagens de leite indica a quantidade de vezes que o leite foi retomado, repasteurizado e colocado à venda novamente. Pela lei, o leite cru não pode sofrer duas vezes tratamento térmico. Em termos econômicos, repasteurizar o leite sairia muito mais caro para as empresas. A Tetra Pak divulgou uma nota desmentindo o caso, afirmando que o número em questão é impresso no momento da produção da embalagem e refere-se ao posicionamento da bobina utilizada.


7 – Agulhas contaminadas
Em 1998, circularam e-mails dizendo que um indivíduo foi ao cinema, sentou-se em uma poltrona e foi espetado por uma agulha. Junto desta havia um bilhete dizendo que a pessoa acabara de contrair o vírus HIV. Segundo a Dra. Vânia Maria Bessa Ferreira, no fórum do site da Ong Viva Cazuza, "só haveria risco, ainda que teórico, se esse objeto fosse uma agulha contendo sangue contaminado. Ainda assim, a passagem da agulha pela roupa teria eliminado o sangue. Portanto, não há com o que se preocupar."

1 - Estória (segundo Michaelis) é uma narrativa de lendas, contos tradicionais.

Por Tiago Dantas
Equipe Brasil Escola.com