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terça-feira, 15 de novembro de 2011

UPPs - UMA FILOSOFIA SUNTZUANA


15 Nov 2011

O sujeito oculto

Nas entrelinhas
Alon Feuerwerker
A política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) não parece ser o combate ao mercado das drogas, consumidor e vendedor, mas empurrar o comando do tráfico para mais longe do consumo.
Uma regra essencial em guerras diz que é melhor vencer o inimigo sem luta. É preferível que, antes de começar a combater, ele conclua sobre a derrota inevitável, dada a diferença de forças. E desista antecipadamente de combater.
Foi o que aparentemente aconteceu no Rio, na espetaculosa ocupação da Rocinha pelas autoridades. Um procedimento ainda mais justificável se considerada a densidade populacional da área. Evitaram-se os chamados danos colaterais.
Outra regra é nunca fechar todas as saídas ao inimigo, sempre deixar uma válvula de escape, pois completamente acuado ele multiplicará a disposição de luta. Princípio seguido à risca nas ocupações cariocas.
A política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) não parece ser o combate ao mercado das drogas, consumidor e vendedor, mas empurrar o comando do tráfico para mais longe do consumo. Este continuará bem concentrado na chamada Zona Sul, um conceito mais sociológico que geográfico. Já aquele vem sendo socado para o subúrbio. O nome que os cariocas dão à periferia.

Um eufemismo, como o que de uns tempos para cá transformou, por mágica, as favelas em "comunidades". Ou seja, o campo de batalha pelo controle do mercado estará cada vez mais distante das regiões frequentadas pelos ricos e pela classe média. As balas perdidas ziguezaguearão onde menor é a chance de atingirem alguém cuja morte possa provocar manchete de jornal. Inclusive um turista distraído com a beleza do Pão de Açúcar e do Corcovado.

Um deslocamento também essencial na preparação dos grandes eventos esportivos. A Copa e as Olimpíadas vêm aí, e é indispensável "limpar" o Rio para ambos os eventos. Se o modelo das UPPs e das ocupações não é sustentável no tempo, inclusive financeiramente, ele pode ser bastante útil no plano tático, num prazo curto e determinado.

E tem apoio. O que a opinião pública pede no Rio não é o combate ao mercado das drogas, mas a um subproduto dele: a violência. Daí a ubiquidade da palavra "paz".
Quando talvez o mais razoável fosse ir à guerra.  Antes de ceder ao politicamente correto no segundo filme da série, o Tropa de Elite havia desenhado o ecossistema com grande precisão. O problema das drogas tem um sujeito oculto: o consumidor. A culpa não é "do sistema". É de quem fuma, cheira, injeta.

Comecei esta coluna falando em regras. Uma que ainda não foi revogada diz que a oferta se organiza conforme a demanda. Podem ocupar quantas favelas/comunidades quiserem, podem hastear bandeiras e cantar o hino nacional à vontade, mas enquanto houver mercado o tráfico continuará a prosperar. E como ele o potencial de violência.

Claro que há as mistificações. Como a de que o tráfico recruta apenas devido à falta de outras oportunidades. O crescimento exponencial da atividade comercial criminosa e da violência exatamente onde o Brasil mais cresce e distribui renda já se encarregou de arquivar a tese. Ainda que ela continue a vagar por aí como mecanismo de autoindulgência.
Maciço
Nos dias em que estive fora teve seu desfecho a ocupação da Reitoria da USP por manifestantes cuja reivindicação era transformar a universidade em território livre da presença da Polícia Militar.
A novidade no episódio foi o absoluto isolamento político e social dos manifestantes, medido inclusive em levantamentos junto aos estudantes. A maioria quer a PM por perto e ponto final.
É verdade que o movimento deu algum azar, foi desencadeado em torno de um episódio pouco defensável, quando a PM flagrou estudantes consumindo droga. E aparentemente portanto uma bela quantidade da mesma.
Se há amplo apoio político e social para a polícia e as Forças Armadas ocuparem a Rocinha, não há ambiente para defender que as universidades brasileiras se transformem em território livre para o mercado das drogas, e conexos.
O espírito do tempo é outro.




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