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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

AOS PAIS - VAIDADES PROJETADAS


Pais que projetam seus sonhos nos filhos 

Por Marilena Henrique Teixeira Netto

Quantas vezes, vemos em nossos filhos a segunda chance de realizarmos nossos sonhos frustrados? 

Às vezes, agimos desta forma inconscientemente, mas às vezes …


Bem, é preciso estar conscientes de que nossos filhos são pessoas com individualidade e sonhos próprios, e que nosso papel nesse processo é orientá-los para que alcancem a realização profissional e estejam satisfeitos com a decisão escolhida.


Quando começamos a pensar sobre o relacionamento de pais e filhos verificamos logo a importância da nossa conduta, como pais, em relação a eles. O que eu, como pai ou mãe, posso construir nessa personalidade, e o que posso destruir também? Onde eu incentivo, estimulo, e onde eu debilito, enfraqueço? O que eu posso determinar, alterar, etc … ?


Será que eu sou o tipo de pessoa que elogia, valoriza as coisas que esse filho consegue fazer com esforço, ou acho que ele tem sempre que fazer o melhor possível. porque essa é a obrigação dele? Eu posso ser uma pessoa que tem uma visão meio depreciadora, onde só identifico traços negativos nele.


Essa situação pode parecer meio distante, mas para você entender melhor, é só pensar no tipo de pai ou mãe que teve. O que você ouvia? O que você recebia deles? Dependendo da educação que teve, você pode desenvolver duas posiçõesou você repete com seus filhos tudo aquilo que recebeu, ou restaura, isto é, muda, corrige, melhora.


Se, por exemplo, você teve um pai muito repressor, muito castrador, pode perfeitamente repetir esse tipo de comportamento com seu filho, mesmo que não tenha gostado e tenha sofrido um pouco com isso.


É o famoso conceito: “Se eu passei por aquilo, meu filho também pode passar”. Se você restaura, passa a ser mais liberal. Mais interessante, é que não importa muito o grau de cultura, nível social, etc … Nesse momento, o que surge, é a vivência e essa vivência passa por cima de muita coisa.


A pessoa que repete ou restaura, de um modo adequado ou inadequado, sente-se realizada, com a sensação de dever cumprido. O perigo surge quando você então, começa a querer se auto-realizar nos filhos e a projetar neles todas as suas aspirações e sonhos. Muitas vezes se trata de uma repetição. Aquilo que você não pôde fazer, de repente, seu filho pode.


Talvez você tenha tido vontade de ser médico e não pôde, mas vê no seu filho essa possibilidade. A pergunta chave é se na verdade, você também não foi projeto dos sonhos de seus pais. Até que ponto suas escolhas foram suas, ou você simplesmente acolheu e aceitou escolhas dele? Será que seu pai fez escolhas no seu lugar, tentando reviver aspirações dele? Talvez uma profissão, um lugar para morar, ou um marido … Dessa forma você estaria repetindo essa projeção no filho.


Lembro de um paciente que era da polícia, e que de uma maneira muito sentida e realmente magoado contou-me : “Sabe por que eu sou da polícia? Por que um dia, o vizinho bateu à porta da minha mãe para mostrar-lhe a farda, dizendo que tinha entrado para a polícia. Minha mãe, toda impressionada, disse que seu filho mais velho (eu), também entraria para a polícia. Sendo ela viúva e desamparada, não tive muita escolha, porque não podia desiludir minha mãe. Hoje sei que não é isso que quero, não é o que gosto de fazer, mas não sei nem se tenho meios de sair disso agora, ou mesmo se posso sair, estando casado, com 2 filhos … “


Era um rapaz jovem, porém triste e desiludido, frustrado e sem ânimo pela vida. Vivendo um sonho não dele, mas de sua mãe. Seguindo um caminho não dele, mas de sua mãe.


Lembro de outro rapaz também jovem, casado, com filhos, formado em engenharia por “escolha” de seu pai, mas que na verdade queria ser arquiteto. À certa altura da vida, não conseguindo mais prosseguir com sua frustração, rompe com tudo e recomeça sua vida profissional naquilo que mais queria, passando por cima de todas as dificuldades e pressões da família.


Se você passou por esse tipo de situação e se tem uma tendência a repetir nos filhos a educação que recebeu, então o cuidado nessa área deve ser dobrado, porque em algum momento, suas escolhas podem começar a ser empurradas em direção aos filhos. De uma maneira sutil, você pode introduzir essas aspirações pessoais neles. Será que você está preparado para ouvir seu filho dizer que quer ser missionário?


Outra situação que me recordo, foi quando um pai levou seu filho para visitar seu escritório de advocacia, com intenções de que o mesmo se interessasse em seguir sua profissão. Durante a visita, enquanto o pai se detinha em cada aspecto da sala, mostrando as estantes, a mobília, etc … , ao virar-se viu que o filho estava entretido com uma revista Quatro Rodas, e absorto completamente nas fotos dos carros nem se quer escutava o que ele falava. Mais tarde, este comentaria: “Estive mostrando o escritório para mim mesmo, empolgado com meus negócios e minha profissão. A cada vez que entro em minha sala, fico entusiasmado com a nova arrumação. Quando percebi que uma revista chamava mais a atenção de meu filho, só então identifiquei a realidade que sempre desejei não ver. Para dizer a verdade, fiquei frustrado!”.


Entendo a frustração desse pai, mas percebo, no entanto, como ele próprio conseguiu detectar a posição do filho e converter o caminho. Em alguns casos, essa conversão é feita, mas em outros, mesmo sabendo que o filho deseja tomar outro caminho, muitos pais não se conformam com tal decisão.


Se você trilha hoje, um caminho escolhido por seu pai ou mãe, com certeza terá mais dificuldade em “abrir mão” do seu sonho, saindo do esquema de repetição nos filhos.


Projetar nossos sonho neles, não se restringe somente à área da profissão. O desejo que tem uma mãe de ver sua filha independente financeiramente, ou solteira, revela muitas vezes o desconforto em que ela vive na vida da casada e totalmente dependente do marido. Talvez queira reviver na filha o que ela nunca conseguiu. Outro exemplo, é quando a filha interrompe o trabalho por motivo de casamento ou nascimento dos filhos, e isso é visto com revolta e frustração. Algumas vezes, essa situação é até muito bem aceita pela filha, que decide dar uma pausa no trabalho para a educação do bebê e no entanto a mãe encara como um momento de poda no trabalho e realização profissional, lembrando ela mesma do momento em que teve de abrir mão de sua carreira para estar com os filhos e nunca mais retomou. Esse choque de opiniões e desejos, tumultua a relação. 

Podemos incluir aqui também, a escolha de amigos. Pais que tinham grande dificuldade em andar com turmas, tendo preferência por um ou dois amigos íntimos, não conseguem aceitar com facilidade essa turma numerosa do filho. A agitação em casa é maior quando esses amigos chegam, o barulho é atordoante, etc …


A tendência, então, dos pais é “escolher” determinados amigos, elogiando-os, e buscando defeitos nos demais. Criticam a bagunça da turma, e sempre que podem, enaltecem a importância de ter apenas um amigo íntimo, mas sempre presente e fiel. Falam da qualidade e da quantidade, sabendo perfeitamente como fortalecer e induzir o filho a ter determinada escolha. Minha vontade aqui, é que eles vivam aquilo que vivi, tratando-se também de uma projeção.


Como detectar esse mecanismo em nós? O primeiro movimento, é olharmos o tipo de vida que tivemos junto a nossos pais, verificando se nossas escolhas e projetos foram, realmente, eleitos por nós ou não. Podemos então ter uma visão mais ampla de como anda nosso comportamento em relação aos filhos.


No momento que você identifica essa projeção, fazendo um paralelo de sua vida com a do seu filho, fica mais fácil uma tentativa de mudança. Digo tentativa, porque a tendência natural não é a de mudar. Mas no momento que o problema é identificado, o propósito de uma mudança, começa a acontecer. Viver esse tipo de situação sem identificá-la é muito comum, mas a mudança só acontece se for possível tal reconhecimento. Admiti-la também é importante. Identificar, reconhecer e admitir, gera uma mudança. A cada vez que reconheço que estou induzindo meu filho a ter um determinado comportamento, ou a fazer uma escolha, eu também posso interromper minha atitude e tentar a mudança.


Talvez você esteja perguntando a você mesmo se, de fato, há tanta gravidade nessa situação e o que poderia acontecer com um filho que fosse conseqüência de tal atitude. Não é necessário dizer o quanto a frustração pode interferir na vida de um indivíduo, mas vamos focalizar a direção que ela pode tomar.


Uma das direções é quando surge em forma de agressividade contra os pais. O filho aceita essa escolha, e mais tarde se dá conta de que, de certa maneira, foi boicotado em seu próprio sonho. A frustração muitas vezes surge também em termos de distanciamento e indiferença. Assim como ele foi privado de seu projeto de vida ele também priva os pais de seu afeto e de sua companhia.


Sendo um comportamento que só aparece anos mais tarde (depois que esse filho já saiu da companhia dos pais), é difícil para eles descobrirem a causa dessa atitude. Quando se dão conta, entram num processo de culpa muito grande; e uma das situações mais difíceis de se lidar, com certeza, é a culpa. Na maioria das vezes, aquilo que gerou culpa, está irremediavelmente feito. As tentativas de conserto são simplesmente remendos que precisam ser tratados a fundo e com muito cuidado.


Existe um outro ponto muito importante, que é a segurança desse “filho-projeção-dos-pais”. Se ele foi receptáculo desses sonhos e se aceita essa escolha que não foi sua, como estar seguro nessa posição que ocupa hoje? Fica mais fácil quando pensamos na situação daquele pai advogado, que com entusiasmo mostrava o escritório ao filho. Havia entusiasmo porque aquela profissão tinha sido uma escolha genuína e livre. Passar aquele entusiasmo e segurança era fácil e sincero. Pensemos agora no filho, caso ele abraçasse a mesma carreira. Será que haveria o mesmo entusiasmo, segurança e firmeza no seu trabalho? Quando realmente fazemos aquilo de que gostamos, nos dedicamos totalmente e sem reservas.A insegurança então, é um traço característico desses filhos.


Usar por exemplo, um estilo de roupa de que gostamos, com que nos sentimos bem, com certeza nos coloca mais confortável. O desconforto está quando queremos usar algo que está na moda, mas que realmente não se encaixa conosco, e aí, nos sentimos desconfortáveis. Como disse uma adolescente certa ocasião: – “Minha mãe quer que eu ande sempre na moda. Não me sinto bem de saia curta demais e nem com roupa muito justa. Mas ela sempre insiste dizendo que tenho de aproveitar o corpo que tenho enquanto sou nova, porque depois vou ficar igual a ela; gorda, velha e ninguém me notarámais…


Essa mãe, que com a idade percebeu que já não chamava mais tanta atenção como antes, vê na filha, uma extensão de sua juventude, tentando colocar nela aquilo que já está impossível de ser vivido por ela mesma. Aquela filha sentia-se bem com roupas mais conservadoras, e estar recebendo essa projeção a fazia sentir-se insegura e até agredida. Por que seu gosto não poderia ser respeitado?


Outra adolescente reclamou de seu pai, dizendo que ele colocava defeitos nos seus namorados. Criticava quando o rapaz não tinha um físico atlético ou não ligava para esportes (como era seu pai). Criticava quando o rapaz tinha cabelo comprido, pois dizia que em sua época, os cabeludos eram “comunistas”. Criticava quando aparecia algum rapaz, filho de pais separados, pois ela deveria buscar uma família certinha, sem problemas e que com certeza, pelo exemplo em casa, mais cedo ou mais tarde, ele também a abandonaria. Na verdade, sonhos e modelos de seu pai, que certamente ele conseguiu realizar, mas que não necessariamente teria de exigir da filha.


O versículo (Efésios 6:4) que diz: “Pais, não provoqueis vossos filhos à ira …” significa também não castrá-los em seu talento natural, deixando de podar projetos e sonhos viáveis e lícitos, desses filhos. Precisamos ter discernimento e sabedoria para identificar em nós mesmos essa atitude que pode transformar nossos filhos em adultos frustrados, inseguros e ressentidos conosco. Artigo publicado na revista Casal Feliz

ÀS MÃES QUE PROJETAM SUAS VAIDADES E CAPRICHOS  NAS SUAS FILHAS:



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